A jornalista santa-mariense Carolina Berger foi homenageada na noite desta terça-feira (21) na Câmara de Vereadores. A jovem documentarista recebeu o Troféu Sérgio Assis Brasil, criado pela lei 5263/09, de iniciativa da vereadora Helen Cabral, que incluiu no calendário oficial do município o Festival Santa Maria Vídeo e Cinema.
Graduada em Jornalismo pela UFSM e mestre em Documentário Cinematográfico pela Universidade del Cine de Buenos Aires, Carolina Berger teve o seu nome aprovado pela Câmara de Vereadores para receber a homenagem após ter seu nome indicado pelos segmentos que compõem o Conselho Municipal de Cultura de Santa Maria.
A homenageada realizou, durante seu curso em Buenos Aires, os vídeos documentários Álbum, Clínica, Pero Mejores, No... e o projeto de curta metragem auto-referencial Dias no Tempo. Desde 2000, Carolina trabalha com produção audiovisual, especializando-se em direção e roteiro. Seu curta-metragem Herança foi premiado no concurso NUFF Global Change (Nordic Youth Film Festival) e recebeu o prêmio de melhor vídeo documentário independente do Gramado Cine Vídeo e de melhor documentário nacional do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema. Em 2008, venceu o concurso DOCTV IV, com o projeto Minas de Camaquã, para a série DOCTV.
Ao saudar a homenageada, a vereadora Helen Cabral iniciou a sua manifestação lembrando as experiências dos irmãos Lumiere nos primórdio do cinema, no século 19, a primeira exposição pública e paga de cinema em Paris, no ano de 1895, uma série de dez filmes com duração de 40 a 50 segundos cada. Sessão esta aceita oficialmente como o marco inaugural da nova arte. No Brasil, destacou a primeira exibição cinematográfica no ano de 1896, no Rio de Janeiro, enquanto que no Rio Grande do Sul a primeira iniciativa foi a realização do filme Ranchinho do Sertão, em 1923.
Já em Santa Maria, a oradora elegeu o que chama de “dois grandes marcos do desenvolvimento da sétima arte”: o grande idealizador e coordenador do Festival Santa Maria Vídeo e Cinema, Luiz Alberto Cassol, e Sérgio Assis Brasil, patrono do Troféu, “um cidadão que teve a vida inteira dedicada ao cinema”.
Sobre a homenageada, Helen destacou ser “mais do que merecido hoje entregarmos o troféu à Carolina Berger, por toda a sua competência e dedicação em benefício da sétima arte”.
De sua parte, Carolina Berger, depois de agradecer a homenagem, aproveitou a oportunidade para fazer a defesa de uma série de providências e iniciativas a serem tomadas pelas autoridades em incentivo ao cinema no município, a começar pela criação do Fundo Municipal de Cultura. E, entre outros manifestos, defendeu as artes visuais “como uma forma de estímulo à consciência, à percepção, à liberação, à liberdade”. Após seu pronunciamento, Carolina apresentou ao público que compareceu ao Plenário da Câmara o seu mias recente trabalho, Clínica, ambientado em Buenos Aires, “uma peça nostálgica, que fala de uma arte pouco conhecida e em perigo de extinção”. A obra trata de um consertador de bonecas da capital argentina, um dos últimos existentes.
A sessão foi dirigida e encerrada pelo presidente Paulo Airton Denardin, que destacou a dimensão da importância do trabalho da homenageada, assim como o esforço permanente da Câmara em integrar-se ao contexto cultural do município através de iniciativas com a criação do troféu Sérgio Assis Brasil.

Texto: Beto São Pedro
Fotos: Murilo Matias