Na manhã desta quarta-feira (12), a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores realizou audiência pública para debater a situação da coleta seletiva de resíduos sólidos no município de Santa Maria. Além da vereadora Maria de Lourdes Castro, presidente da Comissão, compuseram a mesa de trabalho o vereador Luiz Carlos Fort; Ricardo Lozza, promotor de Justiça; Gilson Rosa, servidor da secretaria de Proteção Ambiental; Margarete Vidal, da Associação de Material Reciclável (ASMAR); e Carlos Alberto de David, do escritório da IBAMA/Santa Maria. O vereador Werner Rempel também participou da atividade no plenário da Casa.
Na abertura da audiência, a vereadora Maria de Lourdes Castro explicou que a Comissão de Saúde foi procurada por pessoas que declararam a necessidade de debater a coleta seletiva, pois há entendimento de que ainda não contempla a necessidade de Santa Maria. Esclareceu que a audiência é um espaço para discutir os aspectos positivos e itens que precisam ser melhorados. O promotor de justiça Ricardo Lozza destacou que é preciso dar salto de qualidade na coleta seletiva realizada em Santa Maria. “Não temos desculpas para não potencializar a concretização da coleta seletiva”, afirmou, acrescentando que a coleta precisa ser realizada com mais eficácia e mais velocidade. O vereador Luiz Carlos Fort enfatizou o papel fundamental da Comissão de Saúde na discussão referente ao Plano Municipal de Resíduos Sólidos, observando que, para mudança efetiva de paradigma, é preciso alteração de comportamento das pessoas. Margarete Vidal, da ASMAR, afirmou que a Associação foi corajosa ao assumir a coleta seletiva em Santa Maria e, mesmo com algumas deficiências, realiza o trabalho de maneira satisfatório. Esclareceu que a ASMAR não foi escolhida pela prefeitura para fazer a coleta, mas sim a vencedora de um processo licitatório com tal fim.
A Irmã Lourdes Dill, do projeto Esperança/Cooesperança, destacou ser essencial a participação da população na discussão de elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos, pois os cidadãos são os principais geradores de resíduos. Sugeriu a criação de um conselho gestor com participação do poder público e de catadores a fim de discutir permanentemente a temática. Fez resgate histórico, lembrando que, em 1992, aconteceu primeiro marco coletivo dos catadores de lixo durante o oitavo encontro das comunidades eclesiais de base. Segundo a Irmã, os catadores, de diferentes grupos, precisam participar da coleta. Gilson Rosa, da secretaria de Proteção Ambiental, salientou que Santa Maria foi a terceira cidade do Rio Grande do Sul a implantar a coletiva seletiva, mesmo antes de entrar e em vigor a lei com exigência do procedimento. O vereador Werner Rempel relatou a preocupação com a possibilidade de a ASMAR ter de deixar o pavilhão onde funciona há mais de 20 anos, porque o terreno onde está situada a instalação foi comercializado. De acordo com Werner, o poder público precisa se mobilizar para encontrar alternativas.


Texto: Clarissa Lovatto Barros
Fotos: Renata Bianchini