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Santa Maria, sábado, 13 de julho de 2024

Sessão especial em homenagem à Força Expedicionária Brasileira


  • 10/05/2011
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O plenário da Câmara de Vereadores de Santa Maria recebeu numeroso público no final da tarde nesta terça-feira (10) por ocasião da sessão especial em homenagem à Força Expedicionária Brasileira (FEB), representante do Brasil na luta contra o nazi-fascismo, durante a 2ª Guerra Mundial. A sessão foi proposta pela vereadora presidente da Casa, Sandra Rebelato, e teve como convidado especial o general Sérgio Westphalen Etchegoyen, comandante da 3ª Divisão do Exército, o qual discursou sobre a FEB e sua participação no conflito.
Antes de passar a palavra ao general Etchegoyen, a vereadora Sandra Rebelato explicou que a homenagem havia lhe sido sugerida há cerca de oito anos pelo ex-vereador e Vereador Emérito da Câmara Erony Paniz, e que aflorou mais recentemente quando de uma visita sua, acompanhada da diretora do jornal A Razão, Zaira de Grandi, ao general comandante a 3ª Divisão. Conforme informou a vereadora, o general Etchegoyen percorreu e registrou, na Itália, os locais onde andaram e lutaram os “pracinhas” da FEB.
Com o auxílio de um datashow, projetando imagens das tropas brasileiras em diversas situações vivenciadas desde o embarque até o anúncio da vitória final na 2ª Guerra, o general comandante da 3ª Divisão de Exército iniciou sua apresentação agradecendo “a gratidão dos soldados da Divisão Encouraçada, a esta Casa e a sua presidente, vereadora Sandra Rebelato, e aos demais ilustres representantes do povo da cidade Coração do Rio Grande pela feliz iniciativa”, referindo-se à sessão especial. O general explicou, no entanto, que seu entusiasmo com o ato não advinha da evocação à guerra, mas do resgate da memória “dos homens e mulheres, nossos compatriotas, que naquele longínquo 1944 deixaram seus lares e famílias para defender nossa soberania e lutar pelos valores mais preciosos da nossa civilização: a liberdade e a dignidade humana”.
À exposição do general Etchegoyen se seguiu a participação do presidente da Associação dos Ex-Combatentes da Força Expedicionária Brasileira da Guarnição de Santa Maria e Região, Taltíbio de Melo Custório, que esteve acompanhado na sessão pelos ex-companheiros de farda Aribides Rodrigues Pereira e Ivo Ziegler. O presidente Taltíbio recebeu das mãos da presidente da Casa uma placa de homenagem à Associação que dirige e agradeceu a honraria em nome dos “companheiros de guerra”.
No final da sessão, a vereadora Sandra Rebelato lembrou que desde o ano de 1960 as cinzas dos brasileiros tombados na campanha da Itália estão depositadas junto ao monumento aos mortos no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, representando, tanto quanto a homenagem desta terça-feira, “o reconhecimento pela participação destemida em tão difícil tarefa para a qual sequer possuíam capacitação ou instrução”. A presidente também referiu-se à presença na tropa do desenhista santa-mariense e cabo de artilharia Carlos Scliar, “que desenhava tudo o que observava nas trincheiras e produziu a série Com a FEB na Itália”. Sandra Rebelato destacou, ainda, a presença feminina no contingente, representada, entre as 72 mulheres, pela escritora Clarice Lispector, voluntária junto ao corpo de enfermagem. Segundo a vereadora, a bravura e a coragem dos “pracinhas” “nos encorajam, cada dia mais, a trabalhar por uma pátria do bem e da paz”.


Campanha da FEB

Composta por 25.334 homens, a Força Expedicionária Brasileira (FEB), lutou ao lado dos Aliados na 2ª Guerra Mundial, participando, a partir de 1944, ativamente de combates em solo italiano. Constituída inicialmente por uma divisão de infantaria, acabou por abranger todas as forças militares brasileiras que participaram do conflito. Adotou como lema "A cobra está fumando", em alusão ao que se dizia à época que era "mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra".
A FEB entrou em combate em de setembro de 1944, no Vale do Rio Serchio, ao norte da cidade de Lucca. As primeiras vitórias ocorreram já em setembro, com a tomada de Massarosa, Camaiore e Monte Prano. Em março de 1945, em conjunto com a 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos, na chamada Operação Encore, deu-se a tomada de Monte Castello e Castelnuovo e, no mês seguinte, abril, os brasileiros tomaram Montese e Collecchio.
As conquistas da 1ª Divisão, com a participação decisiva da FEB, segundo os estrategistas militares, foi vital para o avanço do 8º Exército Britânico em direção à Bolonha. Na região situavam-se as linhas de defesa nazi-fascistas no norte da Itália, a chamada Linha Gótiga, ultrapassada após oito meses de duro combate. Os brasileiros foram ainda decisivos na rendição da 148ª Divisão de Infantaria alemã e o que havia sobrado da italiana Divisão Bersaglieri em Formovo di Taro, às vésperas da rendição final.
Diretamente em combate, a FEB perdeu nesta campanha cerca de 450 praças e 13 oficiais, além de oito oficiais-pilotos da Força Aérea Brasileira. Teve cerca de duas mil mortes devido a ferimentos de combate e mais de 12 mil baixas em campanha por mutilação ou outras diversas causas que os incapacitaram para a continuidade no combate.


Texto: Beto Sâo Pedro

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